Motivando o cão a aprender a obedecer – Parte
2
Voz aguda, cão mais feliz
Está comprovado cientificamente que as vozes mais agudas são as que surtem o
melhor resultado quando se elogia um cão. Portanto, machões, deixem de frescura
e comecem a dizer as palavras de estímulo aos seus cães da maneira que eles mais
gostam! A dica é experimentar falar com eles de diversos modos, para ver com
qual parecem mais felizes e animados.
Postura importa
Abaixar-se ao festejar o cão também o torna mais alegre. Principalmente se ele
puder lamber o nosso rosto! Quando está feliz, o cão normalmente gosta de ficar
perto da cara do seu parceiro humano. Por isso, muitos condutores o premiam, no
agility (esporte canino), deixando-o pular no colo e, muitas vezes, permitem
lambidas no rosto. É preciso, porém, evitar esse tipo de intimidade com os cães
agressivos, pois podem atacar mesmo ao receber carinhos e elogios.
Não recompensar a desobediência
Muitas vezes premiamos o cão justamente quando ele escolhe não atender ao nosso
comando. Parece óbvio, mas, se ele não obedecer, vale estarmos atentos para não
lhe dar biscoito, brinquedo ou seja lá o que ele quiser.
Outro caso muito comum é a pessoa oferecer petisco ou recompensa para conseguir
algo do cão que está desobedecendo, como ao querer tirá-lo de casa quando se
recusa a sair. Quem usa essa estratégia, em pouco tempo, terá um cão que
preferirá obedecer só quando alguém oferecer algo bem interessante para ele.
Não punir a obediência
É preciso associar a obediência a coisas e situações prazerosas e não a
punições. Voltar de um passeio, tomar banho, ter que engolir remédio são
punições para a maioria dos cães. Portanto, o cão que brinca no parque e atende
ao chamado do dono, se for preso na guia logo em seguida e levado para casa, se
sentirá punido. E não terá a menor motivação para obedecer novamente.
Como agir, então, para dar remédio ao cão ou para levá-lo embora depois de um
passeio no parque? Pode-se chamá-lo diversas vezes e recompensá-lo, cada vez que
vier, com algo que adore, como um brinquedo, carinho ou petisco. Só depois
disso, prende-se o cão na guia. A brincadeira continua por um pouco mais de
tempo, antes de ele ser levado para casa ou para onde lhe será dado o remédio.
Dessa maneira, a frustração de ir embora ou de tomar remédio se diluirá nas
diversas vezes em que o cão for recompensado. Haverá, também, maior distância
temporal entre a obediência e a “punição”.
Nem sempre recompensar
Devemos mostrar ao cão que nem sempre ele será recompensado, mas que não lhe
faltarão chances para ganhar algo que o agrade. Isso é importante, pois evita
que desista de obedecer. É como quando o carro de uma pessoa pega sempre na
primeira tentativa enquanto o de outra só pega às vezes. Ao falhar a partida, a
segunda pessoa tentará acionar a ignição por muito mais tempo, por acreditar que
a qualquer momento o motor voltará a funcionar, enquanto a outra estranhará a
situação e desistirá muito mais rapidamente.
Só convém começar a recompensar alternadamente o cão quando ele estiver
razoavelmente adestrado. Caso contrário, poderá ficar confuso e desanimar.
Recompensas em qualquer momento e lugar
É comum ouvir a reclamação de que o cão só obedece na área onde estão guardados
os seus biscoitos ou quando há algo do interesse dele na mão da pessoa que dá
ordem. O truque é você fazê-lo acreditar que poderá ser recompensado em qualquer
lugar e a qualquer momento, mesmo quando não houver nada nas suas mãos. Para
conseguir isso, deixe petiscos em diversos pontos da casa e esconda alguns deles
no bolso. Use-os para surpreender o cão em momentos nos quais ele não espera
ganhar recompensa. Em questão de dias, no máximo, o seu aluno estará obedecendo
em qualquer ambiente.
Não parecer disputa de poder
Um cão dominante pode recusar obediência até mesmo quando o prato dele, cheio de
comida, estiver nas mãos do dono. Se isso acontecer, não deverá ser forçado a
obedecer e nem deverá levar bronca. A pessoa simplesmente irá embora, sem
demonstrar chateação nem irritação, depois de ter deixado o prato em cima de um
lugar fora do alcance do cão. Uma nova chance será dada depois de algum tempo,
que pode ser de até poucos minutos. Assim, ele associará a obediência com a
oportunidade de obter o que deseja, em vez de associá-la com perda de poder.
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Boa sorte!
Alexandre
Rossi, Autor do livro "Adestramento Inteligente" e
fundador da Organização Cão Cidadão
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