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O que se pode afirmar com certeza é que devido à sua longínqua história, o Braco Italiano entrou na formação de diversas outras raças apontadoras, como o Pointer Francês, Vizla e o Spinone Italiano. Por esta razão é considerado o pai dos demais Bracos e foi muito apreciado pela nobreza européia, graças a sua habilidade como caçador de aves. Existem documentos dos séculos XV e XVI que descrevem os Bracos italianos exatamente como os conhecemos na atualidade. Na farta correspondência que circulou entre França e Itália na época do Renascimento, existem vários e precisos testemunhos sobre estes cães. Servem de exemplo as cartas de Catalina Sforza, Luís XII, Carlos Quinto, Francisco I e o marquês de Gonzaga. Em 1591, Erasmo da Valvason descrevem numa poesia um braço (chamado Braco de Bérgamo) branco com malhas laranja. Quanto a Benvenuto Cellini (1500-1571), representou um Braco Italiano num alto relevo que hoje se conserva no museu do Louvre. E quase certeza que durante muito tempo conviveram na Itália dois tipos de braco, o Braco do Piamonte e o Braco da Lombardia. O primeiro, que era um cão de montanha muito grande e ágil, tinha a cabeça mais estreita e a testa mais alta que o Braco de planície. O segundo caracterizava-se por um aspecto mais robusto e uma cabeça mais larga. Tudo parece indicar que o Braco Italiano de hoje descende do cruzamento entre essas duas variedades, uma vez que, se o padrão atual exige força e agilidade ao mesmo tempo, elas são duas características evidentes destes dois tipos.
Apesar de ainda ser pouco popular no mundo, o Braco Italiano têm despertado um interesse cada vez maior por parte em seu país, onde a caça é permitida e onde é utilizado tanto para caçar aves - sua especialidade - como também outros pequenos roedores. Vale dizer que por ser um trotador, só é usado em áreas pequenas, como prados, lavouras e bosques. O primeiro padrão oficial do Braco Italiano, adotado em 1926, admitia duas cores: branco malhado e pintado de laranja (melado) ou de pardo (marrom avermelhado). Parece que a cor branca e laranja é tipicamente italiana; também é freqüente no Spinone (griffon italiano). Após a Segunda Guerra, os italianos decidiram reerguê-lo e fundaram a Societá Amatore Bracco Italiano, atual responsável pelo seu padrão oficial. Iniciaram uma seleção para aprimorar as virtudes deste caçador, procurando alterar características físicas para melhorar a aerodinâmica e propulsão, dando mais leveza e velocidade ao trote, seu passo típico. Tais mudanças foram oficializadas na versão do padrão de 1990. Hoje, o Braco Italiano tem cabeça mais estreita, dorso mais reto e musculoso, tronco mais curto e garupa com inclinação adequada para aumentar o impulso das pernas traseiras.
No que diz respeito às aptidões para a caça, o Braço Italiano - diferente dos cães apontadores ingleses, rápidos e ágeis - é bem mais lento. Na realidade, é um trotador, e assim pode ser resumida toda sua ação na caça. Ao contrário do Pointer Inglês, por exemplo, que por sua conformação (músculos longos) está particularmente adaptado para a caça a galope, o Braco Italiano, com uma cabeça bem mais pesada por causa da sua anatomia, é antes de tudo um corredor de fundo. Além disso tem um temperamento que não o predispõe a corridas desenfreadas. Ao contrário dos barulhentos cães de aponte ingleses, que parecem ter sangue latino, encontramos um cão italiano que tem humor britânico (nem sempre se cumpre o ditado "tal cão tal dono").
Explora qualquer tipo de terreno de maneira meticulosa, prudente e aplicada. Esta lentidão, que muitos consideram como um inconveniente e que tem dificultado a sua aceitação pelo público, é compensada por sua grande eficácia. Ao longo dos últimos anos, os criadores italianos, conscientes da competência dos Setters e os Pointers, têm se dedicado a melhorar sua eficiência. Também fizeram todo o possível para que desaparecessem alguns aspectos indesejáveis mas muito freqüentes no Braco Italiano: um certo linfatismo e a incapacidade de suportar o calor (outro fato surpreendente num cão latino). Atualmente, os Bracos italianos suportam o calor muito bem
Aprende com facilidade os hábitos de higiene e com uma energia invejável são capazes de passar horas às voltas com as brincadeiras, especialmente aquelas que "simulam" a atividade de caça, como correr atrás de objetos.
São bastante curiosos e seu olhar e comportamento demonstra isto claramente. Estão sempre dispostos a conferir tudo de novo que passa em seu caminho. A cauda deve ser cortada em 1/3 durante a primeira semana de vida. Ambiente ideal: áreas espaçosas, onde possa se exercitar, senão fica irriquieto e infeliz.
A pelagem do Braco Italiano é curta, cerrada e brilhante, mais fina e rasa na cabeça, nas orelhas, na face anterior dos membros e nas patas. Aceito nas cores branco, branco com manchas maiores ou menores e de cor laranja ou âmbar, mais ou menos carregado, branco com manchas maiores ou menores de cor marrom, branco sarapintado de laranja pálido (melato); branco sarapintado de marrom (ruão marrom), nesta pelagem, é desejável reflexos metálicos, igualmente desejável o marrom de tonalidade quente (bata de frade); preferida a máscara simétrica na cabeça, tolerada a ausência da máscara.
A raça é considerada geralmente saudável. São cães muito rústicos, com poucos problemas congênitos específicos. Como não se trata de uma raça muito popular, é importante verificar os ancestrais e o histórico do criador. . |