É uma enfermidade infecto-contagiosa crônica que frequentemente ocasiona abortos em cães, bovinos, ovinos, caprinos e suínos. Quanto à resistência, as espécies do gênero Brucella são bastante sensíveis aos desinfetantes comuns, à luz e à dessecação. Em cadáveres ou tecidos contaminados enterrados, podem resistir vivas por 1 a 2 meses em clima frio, mas morrem em 24 horas no verão ou em regiões quentes. A pasteurização as mata e, portanto, também a simples fervura. Epidemiologia As bruceloses são enfermidades de distribuição mundial. O sexo, a estação do ano e o clima não têm influência na apresentação da doença, mas a idade sim, pois as brucelas são mais infectantes para animais jovens, ainda que possam ocorrer em outras faixas etárias. Não há transmissores bem vetores especiais e os principais reservatórios são os próprios animais doentes. As fontes de infecção mais comuns são a água, alimentos e fômites contaminados por aborto, placenta, secundinas e lóquios, mas em algumas espécies como a canina e a suína a brucelose é comumente de transmissão venéra (via coito). O animal adulto infectado não morre pela enfermidade. Patologia A Brucella canis costuma ficar localizada na genitália e infonodos regionais tanto nos machos quanto nas fêmeas. Nos machos causa principalmente orquite e epididimite, e nas fêmeas aborto entre 44 e 55 dias de gestação, e metrite. A infertilidade é inevitável. A brucelose inter-espécies não é incomum, encontrando-se por exemplo infecções em cães por Brucella abortus e Brucella suinus. A brucelose enfim, pode ser doença inter-espécies ainda que o mais comum seja o agente de acordo com o hóspede de eleição. É importante ressaltar que todas as brucelas são patogênicas para o homem, considerando-se assim uma zoonose.
Clínica Higromas, artrites e neonatos enfermos sempre devem merecer atenção como sinais suspeitos para possível diagnóstico de brucelose. Não há sintomas gerais como febre e outros, porque a doença tem tendência ao curso crônico e à endemicidade. Em alguns casos observa-se letargia, pelagem pobre, e rigidez dos membros posteriores. Diagnóstico A suspeita está baseada fundamentalmente nos sinais clínicos, entretanto o diagnóstico sempre será sorológico ou bacteriológico, porque há numerosas causas de aborto e porque os sinais de brucelose têm similares em outras enfermidades animais. Numerosos são os métodos sorológicos para diagnóstico da brucelose. O antígeno utilizado em geral é o de Brucella abortus que dá reação cruzada com todas as brucelas patogênicas, exceto a Brucella canis, pois para esta é imprescindível usar o antígeno homólogo. Quando uma prova é positiva há grande probabilidade de que o animal seja doente uma vez que a brucelose é uma doença crônica. Quando a prova é suspeita, deve ser repetida um a 2 meses após. Caso se mantenha o mesmo título ou o título diminua, a prova e o animal serão julgados negativos, ou seja, sem brucelose. Prognóstico Em condições naturais, o prognóstico da brucelose é bom quanto ao indivíduo no sentido de não causar morte, entretanto, para a criação é mau porque a doença é crônica e de caráter endêmico. A brucelose é uma zoonose e pode ser contraída pelo homem. Profilaxia Não alimentar cães com leite e derivados sem pasteurizar ou ferver, nem com carne ou vísceras cruas ou mal passadas; exigir dos proprietários interessados no uso de fêmeas como reprodutoras, teste sorológico de brucelose, como também exigir o teste para os machos. A castração dos animais enfermos deve ser considerada. Consideramos os seguintes itens fundamentais para um perfeito esquema profilático:
Edgard Morales Brito e Dan Wroblewski, Revista Animais e Cia |