Os cálculos urinários ou urólitos ("pedras") ocorrem com freqüência em cães e se formam, normalmente, na bexiga e uretra. Os cálculos localizados dentro dos rins ("pedra no rim") são bem mais raros. A formação do cálculo se dá a partir do aparecimento de cristais na urina. Esses cristais podem ter diversas composições (uratos, oxalato de cálcio, fosfato triplo, sílica e cistina). Por fatores ainda não totalmente conhecidos, os cristais começam a se agrupar formando o cálculo. Além de uma predisposição ("tendência") que alguns animais têm em formar os urólitos, existem fatores que contribuem para o aparecimento deles. Entre eles estão: infecções urinárias, deficiência de vitamina A, dieta alimentar e retenção de urina. Neste último caso, cães que não urinam dentro de casa devem ser levados para a rua pelo menos 3 vezes ao dia para que não retenham a urina por muitas horas.
A idade em que os cálculos aparecem com maior freqüência está entre 1 e 6 anos. É mais freqüente em machos. Um vez formado o cálculo, o animal pode apresentar um ou mais sinais clínicos. Os mais comuns são: sangue na urina, dificuldade de urinar (gotejamento de urina), não conseguir urinar (obstrução das vias urinárias), dor abdominal, apatia e falta de apetite. O diagnóstico dos cálculos urinários pode ser feito pela simples palpação da bexiga (diagnóstico de cálculos grandes) e histórico do animal, mas é interessante proceder a exames complementares como ultrasonografia, raio X e exame de urina. O tratamento é cirúrgico pois, normalmente, o cálculo é muito grande, há uma obstrução completa das vias urinárias (se o animal não consegue urinar) ou há uma grande quantidade de cálculos. Há raros casos em que o animal consegue expelir a 'pedra', mas isso demanda de tempo e muito sofrimento. Após retirado, o cálculo deve ser analisado para se conhecer a sua composição. A partir daí, vai se instituir uma terapia para prevenção do aparecimento de novas "pedras". O ph urinário deve ser ajustado (dependendo da composição do urólito), a dieta controlada e a ingestão de água deve ser estimulada para que sempre haja um grande fluxo de urina, evitando-se assim a chance dos cristais se unirem novamente. Antibióticos também são usados. Os animais que já tiveram cálculos ou são predispostos ao seu aparecimento (apresentam cristais na urina) devem fazer o tratamento preventivo e serem monitorados através de exames de urina freqüentes. Silvia C. Parisi médica veterinária - (CRMV SP
5532) |