Calos - como evitá-los
Quem não gosta de descansar? Quando o cão deita, o peso ele fica sustentado por alguns poucos ossos aqueles sobre os quais o corpo está apoiado. Quanto mais pesado for o cão e duro for o piso, mais a pele terá de arcar com conseqüências, se não houver uma espessa pelagem para protegê-la. Espremida entre um osso que a empurra com uma pressão de muitos quilos e uma superfície dura (como um piso de cerâmica ou de cimento), sofre danos. Eles serão ainda maiores se a superfície for também áspera (pisos de cimento com acabamento rústico), resultando em fricção. Quanto mais freqüentes esses desgastes e mais prolongados os períodos, maior a reação. O resultado de tanta agressão fica mais evidente a cada dia. Chama-se calo.
Os Mais Atingidos Nem os cães pequenos e leves escapam dos calos, se ficarem sobre pisos duros e ásperos por diversos anos. Os mais vitimados são os cães mais pesados. Os sedentários levam a pior sobre os mais ativos, por ficarem mais tempo descansando. Os obesos, nem se fala. Além de serem mais pesados, tendem a ser mais sedentários. A propensão a calos aumenta também com a idade, que torna o cão mais sedentário, além de a pele ficar mais ressecada e frágil.
Prevenindo Calos A melhor forma de prevenir
calos é evitar que o cão repouse sobre superfícies duras ou ásperas. Gramados, por
exemplo, não causam calos. Na vida moderna, outras opções os evitam: Edredons, almofadões e colchonetes são uma boa
alternativa para o cão pequeno, depois de passada a fase de morder o que houver pela
frente. Colchão de ar ou de água adequado para todos
os tamanhos de cães. Deve ser de borracha grossa para resistir à ação das unhas. Para
o cão não conseguir tirar o colchão do lugar, é preciso encaixá-lo numa estrutura
(pode ser de madeira ou alvenaria). Cama elevada de borracha feita sob encomenda em
empresa que trabalhe com colocação de pisos de borracha. E formada por placas de
borracha espessa (de 1 m2 cada), com vários pés, feitos do mesmo material (a
altura do pé mais a espessura da placa é de 20 cms). Os pés ficam um perto do outro,
nos quatro lados da placa e embaixo dela, em forma de cruz, para dar boa sustentação (no
total, cada placa tem cerca de 50 pés). Os módulos são colocados um encostado ao outro.
As placas têm pequenos furos que proporcionam ventilação, para quando o cão estiver
molhado e para melhor higiene. Quando se deseja fazer limpeza, basta desencaixar os
módulos e tirá-los do lugar, pois são leves. Dando um Jeito Quando aparecem os calos é preciso tratá-los para não piorarem. Deitar de deitar em superfícies duras ou ásperas interrompe a produção de calos e muitas vezes basta para que eles desapareçam sozinhos, dependendo de condições de peso do cão e a idade. Para acelerar o processo, passa-se anti-séptico nos locais afetados, diluído em água, com a ajuda de uma esponja, para desinfetar e hidratar. Deixa-se agir por cinco minutos. Em seguida, enxuga-se o local para evitar que o cão ingira o anti-séptico. Repete-se uma vez por dia, por 4 a 6 semanas. Nos primeiros 15 a 30 dias o cão é tratado também com antimicrobiano de largo espectro, para evitar infecções (ver Complicações). Com esse tratamento, se a causa dos calos tiver sido eliminada, o calo na maioria das vezes desaparece. Se continuar, o veterinário reavaliará o que fazer. Complicações Além de dificultar a
movimentação, os calos tendem a desenvolver outros problemas:
Piodermite inflamação do calo. Libera pus e
sangue. O veterinário receita antibiótico. Fibrose se, depois de formado, o calo continuar
a sofrer alterações sendo comprimido sobre piso inadequado, a pele degenera ainda mais.
O calo aumenta e fica mais duro. A indicação é retirá-lo por cirurgia porque não dá
mais para tratá-lo. Higroma outra possível complicação, se o cão
com calo continuar a deitar em piso impróprio, é o acúmulo excessivo de liquído
(edema) nas articulações. O veterinário opta por retirar o líquido por meio de
punção. Se o líquido estiver infectado (ocorre quando o mal se encontra em fase
avançada), é preciso interromper sua produção por meio de uma cirurgia delicada. Se
não tratado, o higroma tende a avançar para a perna e causar gangrena e necrose. Para
evitar a morte do cão, nesses casos só resta amputar o membro afetado. Flegmão o calo inflama e um grande inchaço se
forma em torno dele, disseminando-se por todo o membro, devido à formação de uma
secreção interna, logo abaixo da pele. Para retirá-la é feita uma drenagem e o cão é
tratado com antibiótico e diuréticos. Se não houver tratamento, o mal evolui para
gangrena e necrose, exigindo amputação. Bicheiras e bernes
moscas atraídas pelo pus e sangue das complicações causadas pelos calos depositam ovos
sob a pele dos cães. Retiradas as larvas, passa-se cicatrizante e bactericida nas feridas
e, para afastar as moscas, usa-se spray repelente. Vet. Samir Doumit
Chomuni |