Raiva Canina
A Raiva Canina é uma das principais e mais conhecidas
Zoonoses (doenças e infecções que se transmitem entre os animais vertebrados e o
homem). Por suas conseqüências seríssimas e por seu caráter incurável, sempre
preocupou criadores e pesquisadores do assunto.
A Raiva é uma doença contagiosa, que se transmite pelo contato, e de caráter agudo,
ou seja, quando os sintomas aparecem são de grande intensidade. É causada por um vírus
(Rhabdovirus) que atinge de maneira letal o sistema nervoso do indivíduo contaminado.
Caracteriza-se por perturbações nervosas de origem cerebral e medular, com excitação,
depressão, paralisia e finalmente a morte do animal.
A raiva é transmitida por meio da saliva dos cães raivosos, que pode já contar os
vírus da raiva até 10 dias antes da manifestação dos primeiros sintomas da doença.
Por atacar o sistema nervoso, as mordidas no rosto e braços são muito mais perigosas do
que as nas pernas.
O período de "encubação" do vírus após a mordida é de 20 a 60 dias,
tanto para o homem quanto para os animais. O cão pode apresentar 3 tipos de raiva:
- Raiva Furiosa
começa com um
período inicial chamado "melancólico" que dura de algumas horas até 3 dias.
Neste período o que chama a atenção é a mudança na conduta do cão, que tem seus
hábitos totalmente alterados. Os principais indícios são: o cão tenta esconder-se sob
os móveis (ou atrás deles), procura lugares escuros e atende raramente aos chamados do
dono. Tem muita atividade (não pára quieto em lugar nenhum), escava o solo com
intensidade, late ou morde o ar sem motivo aparente. Muitos cães passam a lamber ou
morder o lugar da mordida. Recusam alimentos mas procuram ingerir suas próprias fezes.
Nesta fase, procuram água com freqüência mas não conseguem bebê-la além de salivar
muito. Após este período vem uma fase de extrema excitação com ampliação dos
sintomas anteriores mas com grande violência/fúria. Costumam fugir da casa e geralmente
não retornam ao lar, atacando outros cães no caminho. Segue-se a esta fase as paralisias
da laringe, faringe e a salivação é abundante. No terceiro ou quarto dia da doença o
cão entra no estágio paralítico, seguido da morte do animal em no máximo 48 horas.
- Raiva Muda é o segundo tipo de
raiva que pode atacar os cães e todo os sintomas iniciais da Raiva Furiosa são mantidos
no seu período melancólico. O cão apresenta-se muito sonolento como se estivesse
intoxicado. Ao contrário da Raiva Furiosa, não vagueia nem apresenta excitação,
podendo mesmo estar calmo "além da conta". Em seguida o cão começa a
apresentar as primeiras paralisias, especialmente no maxilar (queixo caído), mantendo a
boca aberta constantemente. Os sintomas agravam-se até levar à morte do cão.
- Raiva Intestinal
o cão apresenta
vômitos, cólicas e gastroenterite hemorrágica, e apesar de não apresentar sinais de
agressividade nem paralisia, morre em 2/3 dias. É o tipo mais raro de raiva.
No homem, a raiva apresenta basicamente os mesmos sintomas que os animais, sendo que os
mais importantes são a aerofagia (sensação de falta de ar ou
"estrangulamento", causada pelos espasmos da faringe) e a hidrofobia (horror à
água), além de sensação de angústia, insônias e hipersensibilidade.
Cuidados Importantes
- Os cães e gatos devem ser vacinados, por uma veterinário responsável, anualmente
contra a Raiva.
- Sempre que tiver contato com um cão ou gato raivoso (ou suspeito) procure o serviço de
controle de zoonoses de sua cidade, pois a vacina anti-rábica deve ser aplicada
criteriosamente.
- Se for mordido por um cão raivoso, NÃO O SACRIFIQUE, já que ele deverá ser observado
por pelo menos 10 dias, durante os quais serão procurados os sintomas da raiva. Caso seja
encontrado algum sintoma no cão, será necessário proceder à vacinação, caso
contrário, não é preciso tomar a vacina.
- Caso um cão que esteja atualmente imunizado (tenha sido vacinado contra a raiva) seja
mordido por um animal comprovadamente raivoso ou por animais silvestres numa área onde
há casos de raiva, ele deve ser revacinado e observado durante 90 dias. Animais não
vacinados devem sofrer eutanásia ou se o dono não quiser, deve ficar confinado a um
estrito isolamento durante 10 dias, após este período, e se estiver sadio poderá voltar
ao seu dono.
Texto produzido a partir das seguintes
fontes:
Revista Saúde Animal
Revista Animais e Cia
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