Existe uma
diferença grande entre vacinar e imunizar.
Vacinar um animal é uma coisa.
É somente aplicar a vacina. Imunizar é outra. É fazer com que ele
desenvolva defesas contra determinadas doenças. Se o animal não estiver
"preparado" para receber essa vacina, ele será vacinado, mas não
imunizado, e não desenvolverá as defesas necessárias. E isso pode ocorrer
em inúmeras situações, das mais sérias (animal doente) às mais bobas. Por
exemplo se o animal estiver tomando algum anti-alérgico à base de cortisona
(ou mesmo passando - existem inúmeras pomadas e remédios de ouvido que tem
cortisona), ou se estiver passando por um stress muito grande e/ou duradouro
(o próprio organismo produz a cortisona), não teremos uma boa resposta à
essa vacina, pois o corticóide é imuno-supressor (diminui as defesas).O cão
pode estar doente, mas ainda sem sintomas visíveis ao leigo.
Quando você vacina um animal
doente, alem dele não criar defesas (induzidas pela vacina), pode ter sérias
complicações com a vacinação. Imagine, então, a situação em que se
vacinou o cão (doente) e a mesma não valeu, pelo cão ter sido incapaz de
produzir anticorpos. O que acontece é que o cão ficará sem proteção por
um ano, até a data em que deveria ser revacinado. E se esperarmos
melhora/cura, e o vacinarmos, ele ficará sem proteção apenas pelo tempo em
que esteve doente. Mas, quando estamos lidando com uma doença mais longa ou
permanente, o ideal é melhorarmos um pouco o estado geral do cão e
vaciná-lo. Porém, fazendo as vacinas separadamente (em vez de usar uma
múltipla), com um intervalo grande entre cada uma delas. E preparando o
organismo do cão para receber as vacinas.
Procure sempre o veterinário
para a vacinação de seu animal. Toda vacinação implica numa avaliação
anterior, para saber se o animal responderá à essa vacina. Não se trata de
uma "consulta total, ou seja, se o cliente tem uma queixa de pele (por
exemplo) e também quer vacinar o animal, essa consulta seria cobrada,
independente da vacina. Mas é importante que o animal seja AVALIADO -
temperatura, gânglios, olhos, ouvidos, dentes, auscultação, saber sobre
urina, fezes, apetite, ânimo, etc.
Por tudo isso, o cão deve ser
vacinado apenas por um veterinário, pois só ele se responsabilizará pela
vacina dada e poderá saber se o animal está apto a receber a vacina. Além
disso, as vacinas encontradas em lojas, não são iguais às encontradas com
os veterinários. Todos sabemos que os vírus podem sofrer mutações ao longo
do tempo, como uma tentativa de se adaptar e se desenvolver. Toda vez em que
são lançadas novas vacinas, já baseadas nessa mutação viral, as antigas
são disponibilizadas pelos laboratórios para as lojas; por isso podemos até
encontrar hoje numa loja uma vacina que o animal tomou há 2 ou 3 anos atrás.
Só que agora ela já não será mais tão eficaz.
Outra coisa é a questão da
responsabilidade. As vacinas tem que ficar sob refrigeração, entre 2 e 7 º
C. Toda vez em que falta luz, por exemplo, a temperatura, mesmo com a
geladeira fechada, ultrapassa essa marca em pouco mais de 15 minutos. Será
que todos os lojistas providenciarão um isopor com bastante gelo para
conservar as vacinas enquanto estiver faltando luz? Será que, quando ele
descobrir que a temperatura da geladeira ultrapassou isso ele será capaz de
jogar todas as vacinas do estoque no lixo?
Também sabemos que a
vacinação não é uma coisa totalmente inócua, então, mais um motivo para
escolhermos uma vacina e um profissional que realmente se responsabilize pela
vacinação.
Colaboração da médica veterinária
Dra.
Neísa Teixeira Lourenço
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